23 fevereiro 2008

A Açougueira e o Poeta

Era tempo quente
Num dia em que eu jamais deveria ter saído - da cama, do quarto, de casa -
Que te conheci.

Um homem eloqüente e mirrado
Endeusa tuberculosos e alcóolatras mortos há centenas de anos
Cheio de idéias e sem uma gota de disposição:
um pamonha.

Danem-se tuas firulas de amor perdido,
Cresça, homem:
Se viver de palavras vai morrer de fome.

E aviso agora ao rancoroso (aliás, sentimento esse que alimenta tantos dos teus escritos):
Não me considere mulher sem sentimentos!
Tenho muitos e os tenho fortes,
Mas além deles - no que sou teu oposto -
tenho outras coisas do que me ocupar.

Tanto tenho coração e sangue quente,
que me dispus a escrever em versos
aparentemente a única linguagem que entendes:

Poeta,
- se desistir da vida ao ler estas linhas, por favor não faça muita sujeira ao se matar -
És nada mais que uma grande piada,
Um "causo" digno de uma mesa de bar.

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